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A falta que Lamarck Carvalho faz

Quando um candidato tem a proeza de ser eleito e não cumpre com as expectativas de seu eleitorado, se diz que este é político de um mandato só. Mas também se diz que toda regra tem sua exceção. O ex-vereador Lamarck Carvalho é a prova que nem sempre um bom mandato é aprovado pela população, isto é, se sua aprovação é apenas medida por sua reeleição.

Lamarck Carvalho foi candidato a vereador pela primeira vez, em 2016 pelo PP, substituindo o seu pai, também ex-vereador, Elsimar Carvalho. Eleito como o quarto mais votado daquele pleito, recebeu 548 votos da população upanemense. Jovem de idade e na política, logo se destacou no início do mandato fazendo valer as obrigações e funções constitucionais de um vereador: fiscalizar a atuação do Executivo. Nisso, pode-se dizer que o vereador se destacou.

Foi Lamarck que encabeçou a luta contra a Previdência Própria de Upanema, sugestão e projeto do então prefeito Luiz Jairo. Uma vitória árdua para a oposição, e muito mais benéfica para o funcionalismo público. O vereador tinha a fiscalização como missão, por isso sempre esteve atento às execuções dos projetos municipais, como foi o caso do tão debatido projeto que criou a Contribuição de Iluminação Pública, a famosa CIP upanemense. Era comum assistir vídeos do vereador passeando pelas ruas e comunidades que ainda estavam sem iluminação. Se a prefeitura cobrava a taxa de cá, Lamarck cobrava poste iluminado de lá.

Defensor da vaquejada, do esporte amador e profissional, foi o “marizeiro”, como se orgulha ser chamado, que criou uma placa comemorativa para mencionar e homenagear todos integrantes das famílias da linhagem do sítio Umari que já exerceram o mandato de vereador em Upanema. Não foram poucos.

Na dinâmica política, Lamarck teve que se candidatar pelo MDB, em 2020. A legenda, a mais tradicional de Upanema, foi responsável por abrigar todos os candidatos da oposição. Na época, recebeu também as lideranças dissidentes, Inavan Santos e Marinaldo Bezerra. Nessa eleição, Lamarck alcançou 387 votos, ficando agora em sexto lugar no partido e décimo segundo mais voltado dentre todos os candidatos da disputa.

Mas, a que se deve a não reeleição de Lamarck? Erro de cálculo, legenda, comunicação? Falta de trabalho pode se dizer que não foi. Fato muito bem constatado nos últimos anos quando Upanema assistiu o executivo exercer suas funções sem muitos embates, combates e dificuldades. Foi percebido um “silêncio” na Câmara Municipal de Upanema, não tanto ensurdecedor, mas que fez falta para quiçá o município pudesse refletir sobre alternativas que toda boa cidadania e agradável democracia permitem. No jargão político ou popular também se ouve dizer que toda unanimidade é burra, não é Nelson Gonçalves?

Não há sugestão, projeto ou ideia (que até pareça ser) tão cheia de boa intenção, que não possa ser combatida, contestada ou melhorada. Lamarck Carvalho entendeu bem o que é ser oposição, por isso que faz tanta falta.

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